1 de abril de 2015

What If I

Se eu deixasse de ser um pouco tão aquariana, talvez alguns degraus teria subido, outros nem tanto teria escorregado. Se minha mente fosse um pouco menos inquieta, talvez algumas situações teriam tido outro final. Se meu desejo de estar sempre em movimento fosse um pouco menos do que realmente é, talvez minha vida teria pego outro rumo. Talvez não, certamente.

Se olhasse para o calendário da mesma maneira que vejo certas fotos, meus olhos estariam cheios de lágrimas, o coração acelerado, as borboletas no estômago. Estes clichês da vida que são tão meus e que fazem este ser se auto intitular uma sonhadora de peso, uma idealista de utopias levemente malucas e com gosto e cheiro de vida. 


Se fizesse tudo no impulso, acredito que no meu placar teriam mais pontos para os erros do que acertos, mas estes erros teriam um gosto especial, o gosto do 'tentei', 'fiz o que deu vontade'. Se tivesse fechado meus ouvidos para certas coisas, muuitas situações teriam sido mais fáceis; se fossem os olhos, aí sim, daria um livro de tantos momentos bons que eu teria vivido. 

Se, se, se.

Se a vida viesse com roteiro, seria um tédio ao quadrado. Se eu soubesse que amanhã às 19h39 vestiria tal roupa com tal sapato e estaria no tal lugar, perderia o total gosto do acaso, da surpresa, daquilo que atende por nome de 'destino'. A minha não tem roteiro, ela tem planos (e são muitos). Planos que nascem de sonhos (e são inúmeros), desde trocar de carro até sair sem rumo pelo mundo, parar em um aeroporto qualquer e escolher um destino qualquer. Destino. E se eu tivesse o poder de saber que o que eu quero vai acontecer ao sair de casa? E se aquele pensamento for o destino do dia? A vida seria tão..tão..tão.


Se eu ligar, se eu tropeçar, se eu olhar nos olhos, se eu pegar na mão, se eu disser que estou indo, que não sei o que vai acontecer. Se eu disser que sei. Sei o que se passa lá..aí..aqui. E se eu disser que quero dizer tanta coisa ou apenas uma frase. Se eu disser que vou cair no "conto do Vigário", digo que meu livro da vida tem inúmeras páginas em branco pedindo para serem escritas com tudo que vivo, sinto, divido e que aviso aos curiosos que não estou vacinada contra o tal Vigário pelo simples fato de saber que ele não está vacinado contra mim também.


Se eu aparecer do nada, pode ser do mesmo jeito que posso desaparecer. E se eu quiser ficar, fico e não precisa ser lado a lado, pode ser a 9.736.58 km de distância física (somente física). E se eu desistir? Do sonho? Não. De um sentimento? Talvez. Tudo depende do que alguns dias me reservam. 



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