30 de maio de 2008

Arrependimento

1. Ação ou resultado de arrepender-se; 2. Remorso por um mal cometido; 3. Mudança de opinião ou de atitude em relação a fatos passados; 4.Contrição sincera pela incorrência em pecados, a serem redimidos pela prática do bem.

Esta é a definição do dicionário para a palavra arrependimento, porém, na vida real essa tem outros milhares de sentidos. Desde que me conheço por gente, arrepender-se de algo era uma atitude feia porque se me ‘arrependi’ por alguma ação, é que boa coisa eu não deveria ter feito. Hoje, vejo que não é nada disso. A velha frase “só me arrependo do que não faço” é válida em muitos casos em minha vida. Sabe quando você diz: “ah, eu fiz e faria tudo de novo” ou “lógico, a gente tem que falar mesmo, senão o remórcio pega e aí....”. Bem, tudo isso é verdade e eu já passei por tantas provas que sei bem o que é sentir tudo isso no coração.

A questão aqui é de arrepender-se por ter feito alguma coisa, ou melhor, ter dito. Quando o sangue sobe à cabeça, a gente “vomita” tudo o que quer (sempre) sem pensar. Quando a gente sabe que vai falar coisa demais e fala mesmo assim. Quando a gente não escuta a intuição. Quando a gente acha que fazer tudo o que está ao nosso alcance para se sentir bem, mas não enxerga o “outro” lado. Depois de tudo isso, quando a angústia bate no peito...sai da frente.



É mais ou menos assim que estou agora. Arrependida, angustiada, meio sem chão. São tantas coisas, tantas situações, tantos arrependimentos. Arrependimento de não ter falado mais; arrependimento de não ter feito; arrependimento de não ter pensado melhor; arrependimento de não ter falado nada.

São tantos que o melhor que tenho a fazer é sentar no sofá com a panela de negrinho, o edredom e o lencinho e assistir um belo filme romântico para que eu consiga, de uma vez por todas, colocar TODOS estes arrependimentos pra fora e me livrar desta palavra que hoje, não irei me arrepender de mandar para bem longe.

24 de maio de 2008

Uma escritora chamada Clarice

Admiro as pessoas que fazem das palavras um meio de sobrevivência. Outras buscam nestas palavras conforto, conselhos, esperança. Parece meio clichê, pois escolhi esta profissão para mim e tiro o chapéu (mesmo) aos que o fazem assim também. Hoje venho falar de uma mulher que, confesso, nunca li nenhum de seus livros, mas a conheço por seus pensamentos em perfis de orkut´s e frases nos msn´s da vidinha.

Clarice. Resolvi ir mais a fundo e descobri - para minha surpresa - que, esta mulher a qual julgava ser "produto nacional", veio diretamente da Ucrânia, onde logo em seguida tornou-se uma brasileira "arretada" (criou-se no Recife). Algumas obras conhecidas são: A Hora da Estrela; Laços de Família; O Lustre e uma infinidades de crônicas e livros que, prometo, lerei.

Clarice. Pessoas como ela não precisam usufruir de sobrenome para que se saiba de quem estamos falando. Se falo Martha, logo vem Medeiros; se digo Gisele, Bündchen "grita" em meus ouvidos. Clarice, neste caso, vem acompanhado de Lispector. A frase que ilustra o post resume o que quis dizer no primeiro parágrafo, até porque, o blog foi feito para "ensaiar" o meu futuro, não é mesmo??


"Eu escrevo sem esperança de que o que eu escrevo altere qualquer coisa. Não altera em nada... Porque no fundo a gente não está querendo alterar as coisas. A gente está querendo desabrochar de um modo ou de outro..."
Clarice Lispector

11 de maio de 2008

O verdadeiro espírito do Dia das Mães

Sábado, 5h40min, estou chegando em casa e me deparo com uma cena nada normal em minha calçada: um pano vermelho, um pedaço de papelão e um cachorro deitado sob a noite fria e estrelada de Pelotas. Até então, nada de mais, se não fosse a maneira como fui acordada por minha mãe, às 9h15min, com a seguinte frase: 'Carol, abre a janela e olha uma coisa!'. De repente, ainda meia zonza, levantei (meia contrariada) e olhei. O suposto "cachorro" era uma cadela que acabara de dar à luz a oito lindos filhotes :)

Juro que fiquei sem reação vendo aquela cena de amor e força daquela cadela que, horas antes, dormia na minha calçada e, agora, era mãe daquelas criaturinhas. Na ansia de ajudar, minha família toda se mobilizou: minha mãe ligou para a veterinária dos nossos cachorros; meu pai ligou para o canil da cidade que, para variar, ninguém atendeu. O jeito foi descer e, com a solidariedade de alguns vizinhos, conseguiram colocar os filhotes e a cadela dentro de uma caixa para se abrigarem.


Naquela bela manhã ensolarada, com sono e frio, fiquei a observar da minha janela a reação da "mãe" cada vez que alguém tentava chegar perto da ninhada. Meu pai foi um deles e, em um segundo, recebeu uma mordida em sinal de defesa absoluta de seus filhos. Apesar dele ter se machucado, a única coisa que me veio na mente foi que os homens deveriam aprender com os animais a como amar e defender, com unhas e dentes, as pessoas que amamos, porque se assim fosse, não teríamos tantas "Isabelas" por aí e como as coisas não acontecem por acaso, hoje, é Dia das Mães, então, fica aqui esta bela lição de vida nesta data especial..coisas do Cara lá de cima, vai entender!!