30 de junho de 2009

O Tempo

O tempo que acalma,
Que tormenta,
Que conforta,
Que sufoca.

O tempo que é necessário,
Que é desnecessário,
Que é certeiro,
Que é incerto.

O tempo que surpreende,
Que assusta,
Que dá forças,
Que derruba.

O tempo...

O tempo que é amigo,
Que é amante,
Que é inimigo,
Que é irmão.

O tempo que é fogo,
Que é água,
Que é terra,
Que é vento.

O tempo que é paixão,
Que é loucura,
Que é amor,
Que é vida.

O tempo. Ele que conduz a nossa vida. Só ele sabe ser tudo isto e mais um pouco. Só ele sabe ser tudo isto dentro de mim. Só ele saber ser tudo isto dentro de você.


Deve ser por isso que dizem que o tempo "é mestre". É, com certeza é.

22 de junho de 2009

Jornalista com ORGULHO

17 de junho de 2009. O dia em que 8 ministros do Supremo Tribunal Federal, literalmente, rasgaram 80 mil diplomas, inclusive o meu. A partir deste dia, 79,999 pessoas e eu não temos mais profissão. Não temos nome. Não valemos nada. Nossa vida acadêmica foi como água correndo pelas mãos. Recebi um email com a posição do diretor da escola em que me formei, a UCPel. Resolvi postar alguns trechos da "carta" que o Jairo escreveu, pois muito do que acho está neste desabafo....

"Desregulamentação da profissão de Jornalismo: o problema não está nos cursos

O fim da obrigatoriedade do diploma para o exercício da profissão de Jornalista, decretado pelo Supremo Tribunal Federal, causou indignação não apenas no meio acadêmico, mas em boa parte da sociedade brasileira, que espera de nossa mais alta corte, atitudes menos apaixonadas e com embasamentos mais sólidos em decisões que afetam a vida de milhares de pessoas neste país.
O Curso de Jornalismo da Universidade Católica de Pelotas é um dos mais antigos do Brasil, com 51 anos de existência, e forma em torno de 60 jornalistas por ano. Temos egressos de nosso curso espalhados por todo o país, trabalhando em veículos importantes e reconhecidos como profissionais de ponta na área jornalística. Portanto, não poderíamos deixar de nos manifestar neste grave momento.


Dois argumentos utilizados pelos ministros do STF e pelos defensores da desregulamentação merecem especial atenção. O primeiro diz respeito a um suposto cerceamento à liberdade de expressão que seria imposto com obrigatoriedade do diploma, o que não se sustenta, porque na verdade quem determina se qualquer cidadão pode ou não escrever em jornal, é ninguém menos do que os proprietários do veículo e seus editores. A figura de “colaborador” existe na legislação e significa que, teoricamente, não há impedimento para que um médico, por exemplo, escreva um artigo sobre a nova gripe, com opinião técnica sobre o assunto. Ao jornalista cabe trabalhar jornalisticamente a repercussão dessa pandemia na sociedade. Simples assim.
O outro argumento alardeado é uma suposta “deficiência dos cursos”, que não preparariam bem os futuros profissionais. O grave equívoco desse argumento é seu caráter generalizante.[...] Em relação especificamente à questão do diploma, temos certeza que o mercado reagirá de maneira coerente com a realidade, a qual exige cada vez mais profissionais capacitados, bem formados, descartando os curiosos de plantão e supostos autodidatas com duvidosa capacidade de compreensão do que seja o processo informativo. Portanto, a Universidade Católica de Pelotas, seguindo sua concepção histórica de defesa da qualidade do ensino superiorrepudia a decisão do STF e seguirá aliada a todos aqueles que respeitam a profissão de jornalista regulamentada em lei, por ser o jornalismo uma profissão que mexe com consciências e com o imaginário coletivo.

Prof. Jairo Sanguiné Júnior
Diretor do Centro de Educação e Comunicação
Coordenador do curso de Jornalismo - UCPel
."



Mestre Jairo disse tudo...Eu? Se preciso, irei para a rua pintar a cara e mostrar que por uma qualidade de informação cada vez melhor, o Brasil precisa SIM de pessoas capacitadas para informar. Se o Supremo é feito por pessoas que estudaram anos, tem títulos e tudo mais fizeram isto, imagina se eles decidem que para ser advogado, também não é necessário "estudo técnico", daí sim este país - literalmente - não terá mais solução.

Pensamento meu, posição minha. :P

11 de junho de 2009

Falta ou comodismo?

Hoje venho falar de saudade. Uma palavra que todo mundo já sabe que só existe no português, em outras línguas, este sentimento não tem nome. A saudade é algo estranhamente bom, pois nos faz recordar, reviver. Existem milhões de músicas, frases, poemas a respeito "dela", mas nada comparado quando a sentimos na alma. Saudade, para mim, é quando algo de muuuuito bom aconteceu conosco e que gostaríamos que a mesma cena e/ou situação se repetisse. Vale em tudo: trabalho, amizade, família, amor. Sentir falta de algo ou alguém não é pecado, é uma benção. A saudade, muita vezes, nos faz chorar. De alegria ou de tristeza. A saudade sufoca o peito por algo que perdemos ou pelo simples fato de termos convicção que nunca mais, iremos viver tal situação que ainda nos sufoca.

Essa falta é saudável porque se 'faz falta' é porque realmente valeu a pena. Quando fica na memória, tudo bem, foi bom, bonito, mas não o suficiente para deixar aquele gosto de quero mais. Comodismo de pensar que a mesma situação possa a vir acontecer, mas esta pode nunca mais chegar, ou se vier, será totalmente diferente (e melhor). Eu sinto saudade de muitas coisas. De cheiros, lugares, roupas, cidades, situações, sentimentos e pessoas. Saudade de coisas que eu jamais na vida queria ter me "desfeito" e que, por obra do destino, acabou acontecendo. Como disse minha escritora predileta, Clarice Lispector, "saudade é um dos sentimentos mais urgentes que existem"..é, com certeza é. Por quê? A resposta é outro poeta que diz....



"Também temos saudade do que não existiu, e dói bastante."
Carlos Drummond de Andrade