18 de junho de 2016

Latch

Gosto do gosto de gostar. Gosto de sentir na alma, dentro do peito. Gosto da sensação da dúvida se é recíproco, se de lá virá o sinal, a resposta, o fim dos questionamentos infinitos. Gosto de, por pensamento, a nuca arrepiar, a borboleta dar sinal no estômago. Os sinais da alma de que, sim, pode ser recíproco. 

Sensações são “sentidas” por atos, "sinais" que o outro ser produz em nós, o poder que paira sobre nós. Já pensou a responsabilidade de despertar algo em alguém? Para mim, isso é poder. É poder sentir algo, sentir o peito acelerar, como diria o Sam Smith, o sangue pulsar com mais calor e rapidez nas veias. Poder é despertar um sorriso do lado de lá e digo mais: despertar um pensamento que mesmo que seja rápido, como por exemplo “como será que ele(a) está?”. Ah, se isso despertar lá, bingo! Você mexeu, despertou a curiosidade, acendeu a luz de alerta, o alerta do bem. 



Quem não quer que a luz acenda, atire o primeiro fio, ligue-o na tomada e a deixe brilhar hoje, agora, já. Eu quero que a luz acenda, que o despertador toque, quero sentir a veia pulsar mais rápido. Quero poder querer ter o poder da situação, para poder expressar melhor o que a borboleta daqui de dentro quer falar. Gosto do gosto de gostar e de pensar o que esse meu gostar vai despertar. 

2 de março de 2016

Os inevitáveis fins

Verão se despedindo com temperatura de outono. Noite com chuva na janela e um copo de vinho é a companhia, a inspiração para fazer com que os dedos digitem com vontade e agilidade no teclado. A música varia de acordo com a vontade da ouvinte, ora um rock clássico, ora um pop bem meloso, perfeito para uma noite como esta. Verão se despede com ar de melancolia e felicidade e se assim for, o outono com seu charme bucólico, chegará como o cartão de visitas para que outros momentos possam ser brindados com um bom vinho e boa música, seja onde for.


A vida muda a cada hora, mudamos como as fases da Lua e as estações também são uma forma de nos dizer que sempre temos a chance do recomeço ou de um novo começo. Temos fases, altos e baixos, dúvidas e certezas e o barulho da chuva se sobressai ao da melodia doce que vem dos acordes da guitarra do clássico rock. As vezes passamos horas pensando o que estão pensando da gente, o que aquele alguém está pensando, o que pensar sobre a gente mesmo e os bons e valiosos pensamentos que deveríamos realmente nos ocupar passam despercebido, quase como a chuva na janela que está ali, "lavando" o vidro, mas deveria mesmo estar lavando nossa alma. 



Verão se despedindo, da taça do vinho, resta apenas um gole. Os inevitáveis fins abrem alas para os certeiros começos. Assim como a chuva que está parando, ela voltará. Assim como a taça que ficará vazia, podemo enchê-la novamente. Assim como o verão está indo, o outono está chegando. Os gerúndios da vida que me fascinam, me inspiram, me motivam.