23 de março de 2013

Músicas da moda.

 O mundo gira. Modas vão e vem. Pessoas vão e vem. Músicas vão, vem e ficam. Aquilo que é bom fica, como qualquer coisa nesta vida. Músicos vão, vem e ficam. Música é poesia contada em forma de canção, de acordes, de batuques, de dedilhados. Música da moda até tem seu espaço, mas não perdura, assim como pessoas. Pessoas da 'moda' passam, escritos da moda fazem sucesso, mas passam.

Ainda bem que algumas coisas boas ficam. Modas, pessoas, músicas, músicos. A poesia quando é sincera, fica, marca, mexe. Simples e sincero. Rápido e direto. Aos que acreditam, vale a leitura. Aos que não, vale o som. Composição de um mestre da música popular brasileira. É Chico, me rendo ao teu 'dueto'.

Música que virou moda, pelo menos no meu playlist.

"Consta nos astros, nos signos, nos búzios
Eu li num anúncio, eu vi no espelho, tá lá no evangelho, garantem os orixás
Serás o meu amor, serás a minha paz
Consta nos autos, nas bulas, nos dogmas
Eu fiz uma tese, eu li num tratado, está computado nos dados oficiais
Serás o meu amor, serás a minha paz
Mas se a ciência provar o contrário, e se o calendário nos contrariar
Mas se o destino insistir em nos separar

Danem-se os astros, os autos, os signos, os dogmas
Os búzios, as bulas, anúncios, tratados, ciganas, projetos
Profetas, sinopses, espelhos, conselhos
Se dane o evangelho e todos os orixás
Serás o meu amor, serás, amor, a minha paz

Consta na pauta, no Karma, na carne, passou na novela
Está no seguro, pixaram no muro, mandei fazer um cartaz
Serás o meu amor, serás a minha paz
Consta nos mapas, nos lábios, nos lápis
Consta nos Ovnis, no Pravda, na Vodca"

7 de março de 2013

Uma honra.

Todo mundo sabe da minha paixão declarada pela música, seja ela qual estilo for. O que muitos não sabem é que essa influência veio desde cedo e no auge da adolescência em que minha diversão era ficar horas e horas olhando um canal chamado MTV. Por lá desfilavam meus artistas favoritos e outros que buscavam seu 'lugar ao sol'. O mais bacana eram os clipes, divertidos, inovadores e que com a música, tornavam tudo melhor. Um dos que marcou essa fase foi 'Proibida Pra Mim', primeira música dos meninos do Charlie Brown Jr. A cena que mais me vem à mente era o 'cara de cabelo engraçado' espiando pelo buraco na parede a mulher do vizinho. A partir daí, os meninos decolaram.

Como li em vários faces, o CBJ também não era a minha banda predileta, mas não tinha jeito..eles eram A banda, aliás, o Chorão era A banda. Tive oportunidade de assistir 5 shows deles. Três no Planeta Atlântida como parte daquele mar de gente em que ele tinha o maior domínio. Lembro que em um desses momentos, ele pedia para a galera 'tirar a camisa, levantar pro alto e começar a rodar'. A ordem era totalmente atendida e a energia...total.

Os outros dois shows foram especiais: tive o privilégio e honra de chamar os caras ao palco, para divertir uma plateia empolgadíssima e muito apaixonada pela banda, mas muito mais pelo Chorão. Em março do ano passado no Mundo Livre Festival em Pelotas e no mesmo festival, em setembro, desta vez aqui em Santa Maria. Um momento extremamente emocionante para mim e de muita responsabilidade, pois naquela noite meu amigo e colega Fabiano Oliveira, um apaixonado pela banda estava muito feliz porque teria a chance de conhecer seu ídolo de adolescência bem de perto e mais: nós teríamos a responsa de chamá-los ao palco. Naquela noite, momentos antes, o Fabiano recebeu um telefonema e teve que ir embora por motivos maiores. Naquele momento, fiquei ali com a responsabilidade e também com a tristeza por saber que o fã do Chorão não poderia contar de toda sua admiração pela banda e em especial por ele.

Eu, triste pelo Fabiano mas foi por ele e por uma galera enlouquecida que subi ao palco e anunciei o show mais esperado da noite. Uma mulher chamando uma das maiores bandas de rock do Brasil, um dos maiores líderes musicais que este Brasil já viu. Chamei, gritei e ele botou pra quebrar, como sempre.

Tive a responsabilidade de chamar o último show do Charlie Brown Jr. no coração do Rio Grande. Tive a chance de vê-lo tão de perto, de ver a felicidade estampada no rosto dele e de todos os fãs que desde às 14h daquele dia estavam na frente do local para vê-los. O rock perdeu um ídolo. Mesmo não sendo fão de carteirinha, muitas músicas do CBJ fazem parte do 'meu playlist' e a que começou o post, é a que encerra. Que o legado do Chorão não se apague, porque os fãs agradecem tudo o que ele e sua banda fizeram por eles e pela música brasileira.

'Só o amor constrói pontes indestrutíveis". Chorão.

1 de março de 2013

Guarde.

Até pode-se apagar uma frase escrita. Basta pegar a borracha, o corretivo. Até pode-se apagar uma foto do computador, do instagram, do facebook, apenas clique em 'delete'. Pode-se também apagar uma carta, basta rasgá-la. Temos tantas maneiras banais de apagar as coisas, de tirarmos da nossa vida, dos nossos olhos. Assim fiz neste instante. Apaguei alguns posts, algumas fotos, rasguei alguns papéis. Apaguei. Apaguei? É. De certa forma, sim. 

Apagar coisas, tirá-las do nosso alcance é uma forma de nos defendermos de momentos que foram bons, mas que não tem mais espaço no hoje. Se não tem mais peso, importância, qual o motivo de guardá-los? Para quando bater a saudade dar aquela 'espiada'? É, pode ser. É bom fazer isso, muito o fiz mas perdeu a graça. O único lugar que podemos guardar de fato não é expondo em uma rede social, em um pedaço de papel. Você sabe muito bem o local mais seguro para manter tudo isso em 'boas mãos'.

Apague, rasgue, mas guarde..só o que foi bom, porque o resto, não merece nem ser mencionado.