28 de dezembro de 2012

Quando o vento sopra.

Relendo meu blog, percebi quantas histórias compartilhei. Umas contando momentos vividos, outros momentos imaginados.Outros, os chamados 'feelings' que no fim, serviram como lição. Este ano deixei o Bubble um pouco de lado, não por falta de tempo, mas de coragem para expôr muitas coisas. São quatro anos compartilhando tantos momentos, em que muitos não lembrava. Alguns tive vontade de apagar, mas para quê? O blog é como um livro, não posso apagar o que foi escrito, o que vivi na pele. Alguns trazem momentos de nostalgia, outros de felicidade extrema por tê-los experimentado nessa vida.

Um ano atípico e totalmente como planejei há um ano. Quando escrevi  'Axé' até pensei que meu ano seria especial, mas o que o Cara me reservou foi além do que poderia imaginar. Deixei de compartilhar tantas coisas aqui por um motivo: preferi deixá-las apenas comigo. Preferi contar, recontar e relembrar sozinha de tudo que passou nestes 362 dias. Daqui três dias o meu novo axé será publicado com alguns destes momentos e meus desejos e metas para o ano 13, número o qual gosto muito.

Músicas, viagens, pessoas, momentos, histórias. Tudo isso passou, muito ficou e espero que muito do que chegou no ano em que o mundo não acabou fique..pra sempre. O título diz muito, porque quando ele sopra a favor, não há nada que possa deter o que está dando certo, em especial o que já deu.


9 de novembro de 2012

O bonde e seu livre arbítrio.

Há dois meses preciso escrever. Há 60 dias necessito me expressar. Há oito semanas crio coragem para digitar estas palavras. O tempo dos verbos não está errado. É no presente e está mais vivo do que nunca. Mudar significa mexer. Mudar o quarto quer dizer que troquei algumas coisas de lugar..Mudar o cabelo pode ser uma forma de sacudir o visual. Mudei e mexi toda uma vida..a minha e de várias pessoas ao meu redor. Há dois meses saí do sul e fui para o centro. Mudei. Arrumei as malas e parti. A frase 'sair de baixo da saia da mãe' sempre fez parte do vocabulário de qualquer pessoa que se julga independente, que quer demostrar para si e para os outros a capacidade de andar com as próprias pernas..o que ninguém sabe é que quem realmente move 'as pernas' são os sentimentos. 

Sempre quis andar com as minhas, 'mexer', mudar o meu mundo. Fiz planos, foquei onde queria e fui..me joguei do penhasco e não caí. Aliás, posso dizer que caí na direção que planejei mas não imaginei o quanto seria bom e também difícil. Já escrevi sobre livre arbítrio e o acionei para uma das decisões mais difíceis da minha vida..e acertei. Com isso, ganhei muito, mas como tudo na vida tem dois lados, perdi outras. Há dois meses ensaio para dizer o quanto mudar é bom, porém NADA fácil. Mudar dói, aquela dor igual quando a 'saudade' resolve doer, sabe?. Dói na alma. Deixar uma vida inteira para começar outra..quem não quer isso? Tudo novinho, cheirando alecrim, com todo gás e aí alguns vão dizer: 'ih, tá chorando de barriga cheia', mas não. Tudo é bom, é necessário, mas dói.

A gente sempre acha que sabe tudo, que está preparado para tudo. A gente acredita que do dia para noite vai melhorar, amenizar quem sabe. Pois não.

Há dois meses quis dizer que no dia 7 de setembro dei meu suspiro de "independência' e cheguei nesta terra no outro dia cheia de malas, anseios, dúvidas e cheia de saudade da minha outra vida que ficou lá. Cheguei e fiquei. Vou ficar. Sei que aqui é o meu lugar agora. Amanhã, não sei. Aquela vida ficou mas só de pensar dói, dói muito. Dói saber os momentos que não estou por lá, de pensar nos que ficaram. O que conforta é que a escolha que fiz - repito - foi a mais certa. O bonde, às vezes, não passa duas vezes no mesmo lugar e  como já vivi uma vez, resolvi não arriscar e seguir estes trilhos. 

Hoje, justo hoje resolvi reler a história de uma das amigas que moram longe de mim e cabe aqui a quase cópia com algumas alterações do que ela escreveu sobre a palavra que existe somente na língua portuguesa  e que todo mundo sabe muito bem o quanto ela maltrata quando quer.
Assim é que me sinto hoje, uma mescla deste texto escrito por mim, e deste desabafo direto de Las Vegas. 
Saudade dói. Mudar é bom, não necessariamente nesta ordem.

"Estar longe de casa naquele momento não fazia nenhum sentido para mim e foi difícil evitar a pergunta "o quê eu estou fazendo aqui?". A resposta eu já sabia. [...]. Assim, apenas o pensamento, a pontinha de dúvida, a pergunta recorrente, me encheu de culpa. A culpa de ir embora e deixar a família e os amigos [...] Naquele final de semana, fiquei com o coração apertado por não estar lá e fiquei com o coração apertado por querer estar lá. Quanto aperto! 


[...]. Um viva para a tecnologia. Não me senti tão longe. Até porque estar longe é diferente de estar distante. De uma forma ou de outra, eu sempre me sinto muito perto das pessoas que são importantes para mim. No entanto, aquele final de semana foi uma prova de todos os bolos de aniversário que eu vou perder. Todas as festas de casamento, batizados, formaturas que eu não vou comparecer, [...]. O mais provável é que eu não esteja presente, uma verdade difícil de lidar e acho que nunca vai ficar mais fácil. Acredito que com o tempo, algumas coisas vão melhorar, talvez a saudade de casa se amenize. Porém, o fato de estar ausente em determinados momentos vai doer para sempre. Mas, eu gosto de pensar que as coisas acontecem na vida da gente do jeitinho que elas tem que acontecerem.[...]

Mesmo assim, vou continuar não podendo estar tão presente o quanto eu gostaria, mas confesso que a notícia foi um conforto e tanto. Foi um abraço da vida, dizendo, viu, eu sei o que eu estou fazendo contigo. Segura a tua onda, Fabiana." "Carol".



10 de junho de 2012

"Era uma vez".

A gente nasce, cresce e vive para aprender muitas coisas, uma delas é sentir algo chamado emoção. Tantas vezes que escrevi sobre sentimentos, dos mais diversos, me faz pensar que nenhum deles é tão forte quanto a emoção. Por 27 anos convivo com uma pessoa que é parte de mim. Fomos "escolhidas" para nascer na mesma família, e sabemos que nossa ligação não é só de hoje. Brincamos de boneca, aprendemos a nadar juntas, assim como andar de bicicleta.  Trocávamos cartas, o corte de cabelo tinha que ser sempre o mesmo quando vinha passar as férias de verão na casa da vó para não dar problema..ah, e as roupas também precisavam ser  iguais. Fizemos festas, viagens, e até a mesma faculdade. 

O tempo foi traçando o seu legado e nós crescemos. As meninas viraram mulheres, cada uma com sua vida mas SEMPRE, uma ligada na outra. Viramos adultas, ela casou e com isto ganhei o primeiro presente: ser madrinha perante ao altar; testemunha de uma história que acompanhei desde o início e que me enche de orgulho só ao escrever estas linhas. 

27 anos anos de convívio e hoje, na madrugada mais fria do ano, ela me deu o segundo presente: ser a segunda mãe da criatura mais doce que meus olhos viram até hoje,;que meu coração bateu mais forte; que me emocionou. Ela se tornou uma mulher completa, gerou uma vida e resolveu dividir comigo, mais uma etapa e desta vez, para TODA a vida: ser a dinda da sua obra-prima, do seu amor incondicional, da sua pequena. Eu sinceramente, destes quatro anos de blog, onde dividi tantos momentos esta é - disparada - a maior emoção que senti. Não sei explicar o que foi o meu dia, 10 de julho de 2012. Tudo o que estou sentindo, que está apenas começando é tão, mas tão bom, que eu realmente devo ter feito algo muito bom para o Cara lá de cima me dar tantos presentes, tantos momentos únicos, com pessoas únicas. Minha prima, minha irmã de outras caminhadas, minha afilhada, minha comadre. Minha metade. 


Hoje senti o verdadeiro significado da palavra emoção. E de amor incondicional também. Te amo, bisca. Juntas, para sempre. (e assim começa a história de uma princesa).

19 de maio de 2012

Honestly

Os seres humanos morrem de medo de duas coisas: da morte e da sinceridade. Todo mundo um dia vai passar por estes dois momentos, mas arrisco a dizer que a sinceridade é o que mais assusta. As pessoas até se ‘preparam’ para a passagem, mas ouvir algumas verdades não é o forte da raça humana. Ser sincero consigo mesmo, então...é para uma pequena minoria (e neste caso, merece a redundância).

Hoje, tudo é muito rápido, tudo a base de um clique, ou melhor de um ‘touch’ e já era. A geração da modernidade também está aprendendo a ser rápida em todos os sentidos..na troca de emprego, de celular, de carro, de amor. Com base nesta rapidez, alguns malucos ainda se arriscam a lançar algumas sinceridades no meio do caminho. A verdade é que ninguém está acostumado a ouvir a verdade, aquela que está ali, sem panos nem cortinas, sem eira nem beira, sem enrolação. A verdade é que as pessoas prezam tanto a transparência, mas na hora em que esta se apresenta, a primeira reação é fugir. Tapar os ouvidos, se fingir de morto, do tipo ‘não é comigo essa conversa’. Claro, é mais fácil fugir..não encarar, não ter personalidade para escutar o que o ‘outro’ acha da gente. Não é fácil se enxergar no outro, ou melhor, não é fácil a gente querer enxergar o que o outro sente e/ou acha de nós.


A sociedade de hoje não está pronta para ouvir a verdade, a sinceridade como um todo. É uma pena. Eu que cresci ouvindo que com a sinceridade as portas do mundo abrir-se-iam em um piscar de olhos, percebo que as coisas não são bem assim, mas não vou desistir de abrir as portas que realmente quero com a minha verdade. O que sei é que não posso mais fingir que esta ‘verdade’ está bem no lugar que está..guardada. é hora dela aparecer, sair, ser revelada. Mesmo com aquele frio na barriga do ‘será que vai dar certo’, vale a pena arriscar. Já dei muito passos para trás por causa desse frio..hoje, isto não serve mais. O mundo gira quase que na velocidade de um touch. A única diferença do touch para a minha verdade, é que ela não passa, ela fica. 

15 de maio de 2012

Fazer ou receber, eis a questão.

Como é bom fazer carinho em alguém. Como é bom ver aquele sorriso de leve no rosto ao receber o carinho. Fazer um carinho é tão bom quanto receber, e vice-versa. O carinho que vem com um olhar, ou é um olhar. Que é um sorriso sincero; pode ser apenas o toque forte de uma mão com a outra. Pode também ser aquela passada boa no cabelo, um cheiro no pescoço ou o que mais a sua imaginação permitir. Carinho sincero vale em dobro, e se é recíproco então..

Carinho bom é aquele que arrepia, que desperta sentimentos, sensações. Carinho de mãe com um colo bom; carinho de pai com conselhos que valem para toda vida; carinho de ombro-amigo; de alguém que realmente quer dar apenas, carinho.

Até a palavra passa isso, ‘ca-ri-nho’. Sou meio avessa à palavras no diminutivo, mas este ‘inho’ merece destaque. Apesar de tudo, só sei que quando o carinho toca a alma, é aí que posso dizer com toda certeza: esse sim é especial. Pense, quando você for fazer e/ou receber um carinho, tente senti-lo na alma. Vale a pena. 

1 de abril de 2012

O tempo. Parte II

Há algum tempo escrevi sobre o tempo, como ele machuca, cura, acalma, alivia, é certeiro. Palavra que, como o amor, poe e faz tudo isto e mais um pouco dentro da máquina chamada corpo humano. Mais uma  vez, meu pensamento voltou-se para ele.

E o que passou? O que de bom e de ruim ficou em nossa vida que foi 'feito' pelo tempo? Será que valeu a pena? Será que tudo foi em vão? Estas perguntas tem apenas uma alternativa de resposta. SIM. Sempre vale a pena. Se estivermos passando por alguma situação difícil no presente e vivemos algo parecido no passado, saberemos bem como sair desta situação. Se for favorável, a gente quer por que quer sentir a mesma sensação boa do passado que o tempo nos proporcionou.


O tempo que falo aqui também vale para o futuro. Exemplifico mais uma vez: se estamos na faculdade, aqueles quatro ou cinco anos que levamos para concluir o curso parecem uma eternidade, porque contamos os segundos para que o dia D chegue em um piscar de olhos (e ele chega mesmo). Depois que passa, já ao final da colação de grau, o desejo mais ardente é que todo aquele 'tempo' voltasse, para começarmos e vivermos todos os momentos bons (e que passaram rápido, muito rápido).

Não adianta. Se está chovendo, queremos sol. Se tem sol, queremos uma chuva para refrescar. Se sentimos falta do passado, o queremos de volta. Se desejamos o tempo futuro, ficamos loucos que a hora certa chegue (e às vezes ela não chega) e culpamos o título deste post por ter feito a gente 'esperar' demais.

O que são dois dias para quem esperou 2.190?
Para muitos, é nada.
Para outros, muito tempo criando expectativa para poucas horas.
Para poucos, é eterno.

O tempo não foi cruel pela espera, foi sábio. Ele sempre é. Com relação ao futuro, eu até já duvidei de seu poder, querendo as coisas para o hoje, mas muitas vezes o que quero HOJE precisa ser bem moldado pelo tempo, para que ele, o HOJE, vire o tempo futuro para a eternidade.

Assim seja.

Assim já é.

Eles dizem que as coisas boas levam tempo.
Mas as coisas mais maravilhosas realmente acontecem
no piscar de um olho.

23 de janeiro de 2012

Sem vergonha

Entre um twitter e outro, encontrei o link de um site de nome sugestivo: Casal Sem vergonha. Curiosidade gritou e logo cliquei. Site com layout bacana mas o conteúdo é que chama a atenção. Um publicitário e uma tradutora resolveram escrever sobre o assunto que todo mundo faz, mas tem vergonha de falar. 

O primeiro post que li foi "31 razões pelas quais gostamos de ser mulher". Achei divertidíssimo e passei a dar uma bisbilhotada quase que sempre pelo site. Entre posts quentes e divertidos, achei um que vale a publicação na íntegra por aqui. Na era das "mulheres frutas" onde a 'casca' parece valer muito (mas muito mais) do que o resto, este consegue mostrar que o mundo (ainda) não esta perdido para as mulheres que pensam assim como eu.


"Você pode ter passado a vida toda achando que a carne da fruta era sua parte principal. Mas, mal imaginava você, que toda a estrutura da fruta – suas cores, seu cheiro, sua poupa suculenta e seu sabor – serve apenas para proteger e nutrir a semente. Quando ela está pronta para germinar, o fruto amadurece, convidando os mortais para degustar sua carne, pedaço por pedaço, até que a semente possa finalmente se libertar e cumprir seu destino. A fruta é, ao mesmo tempo, proteção e chamariz.* Tem gente que prefere só comer a carne, e tem preguiça de comer o necessário para chegar na semente. Come o que lhe é conveniente para sua fome momentânea. Apenas o superficial. Depois joga o resto fora, mal sabendo que a riqueza da fruta, na verdade, estava escondida. 

Coincidência ou não, de tempos para cá, surgiram uma infinidade de mulheres-frutas – melão, melancia, jaca, maça. Seria uma referência quase acidental a frugalidade inerente da fruta? O fato é que, da mesma forma que a carne é apenas alimento momentâneo, a aparência, o externo, o material, também são. Muitas vezes queremos o gostoso, o momentâneo, o que mata a nossa vontade na hora. Não temos tempo nem paciência de desbravar toda a polpa para então chegar no centro. 




E pessoas passam pelas nossas vidas assim. São como ideias. Um dia ouvi que elas viajam o tempo todo pelo cosmos – se suas antenas não estão ligadas, elas passam por você direito, impiedosamente. Não há segunda chance. E assim vão navegar por outras dimensões, até que encontram uma antena ligada o suficiente para captá-las. Como o caso do namorado que termina com a moça e, ao perceber que alguma outra antena a captou, se desespera, corre atrás, persegue – mas não há volta. As oportunidades pertencem a quem desejam-as suficientemente para possuí-las – e para os que tem coragem de desbravá-las."

#fato.