12 de junho de 2013

O filme.

365 dias se passaram e com eles, um filme. Redundância dizer, mas a cada dia criamos um take do nosso filme da vida e estes últimos merecem minha fala, minha escrita, minha demonstração. "Era uma vez" foi um dos textos mais sinceros e emocionantes que compartilhei no meu diário virtual. Digo diário pois em certos momentos, penso que o que escrevo será lido e apreciado apenas por mim, à risca como nos velhos tempos em que ter um 'diário' era o tesouro de qualquer menina. O meu diário virtual tens alguns leitores e confesso que gosto de saber que meus pensamentos, desejos, anseios e semelhantes são compartilhados com algumas pessoas, algumas que conheço; outras que jamais verei, mas que "perdem" alguns minutos de seu dia para ler meus devaneios. 

Nesta segunda-feira todo este filme passou. Congelei algumas cenas, rebobinei outras, as que não gostei, passei rápido e as que marcaram, revi muitas vezes. Há um ano um novo começava e junto, misturaram-se outros 26. Ao rever este filme durante o dia, "senti milhões de sentimentos" e dois em destaque: emoção e orgulho. Este, em especial, por mim, pois conclui muitas etapas em tão pouco tempo. Orgulho por ter "sentido na pele milhões de sentimentos" (dos mais lindos aos mais doloridos) e ter 'segurado a onda'. Achei que ia cair, senti um peso nas costas que achei que não iria resistir. Pois bem, ainda bem que eu 'achei' e bem errado, porque descobri tanta, mas tanta coisa com todos estes que tornaram o meu filme de segunda-feira uma verdadeira 'história de cinema'. Drama, romance, suspense, comédia, todos estes gêneros estiveram no meu filme. 

Ah e ele tem título: 'O mundo gira'. É, ele gira, rodopia, dança. Ele se arruma, se bagunça, se perde, mas no fim, sempre se acha. Uma vez ouvi que para deixarmos a casa arrumada, cheirosa, do nosso jeito, precisávamos virá-la do avesso..colocar as cadeiras em cima da mesa, o sofá fora do lugar, arredar o armário para tirar a poeira que está no canto mais difícil da casa e tudo isso é trabalhoso, tarefa não tão fácil nem prazerosa, mas que no final, quando tudo está no devido lugar, o sentimento de dever cumprido alimenta a alma, porque é nesta hora que nos conhecemos de fato e de direito.

A minha eu sacudi, arredei, comprei alguns móveis, troquei outros, pintei as paredes com cores diferentes, troquei janelas de lugar, fechei portas, mas abri não umas, mas apenas uma nova que me levou para outro lugar e digo: valeu e muito a pena, porque o 'mundo gira'.

O 'Era uma Vez' foi uma explosão de sentimentos; o meu filme também. Segunda outro começou, segunda outro capítulo da minha coletânea teve início. Sentimentos, o que nos move, o que move o mundo. Prova disto é esta parábola. Linda, bela, pura, assim como o dia de hoje que mexe tanto com sentimentos, em especial o último.



"Contam que, uma vez, se reuniram os sentimentos e qualidades dos homens em um lugar da Terra. O ABORRECIMENTO havia reclamado pela terceira vez que não suportava mais ficar à toa e a LOUCURA, como sempre louca, propôs-lhe:
-Vamos brincar de esconde-esconde?
A INTRIGA levantou a sobrancelha intrigada e a CURIOSIDADE, sem poder conter-se, perguntou-lhe:
-Esconde-esconde? Como é isso?
-É um jogo - explicou a LOUCURA - em que eu fecho os olhos e começo a contar de um a um milhão enquanto vocês se escondem. Quando eu tiver terminado de contar, o primeiro de vocês que eu encontrar ocupará meu lugar para continuar o jogo.
O ENTUSIASMO dançou seguido pela EUFORIA... A ALEGRIA deu tantos saltos que acabou convencendo a DÚVIDA e até mesmo a APATIA, que nunca se interessava por nada.
Mas nem todos quiseram participar. A VERDADE preferiu não esconder-se. Para quê, se no final todos a encontravam?
A SOBERBA opinou que era um jogo muito tonto (no fundo o que a incomodava era que a ideia não tivesse sido dela) e a COVARDIA preferiu não arriscar-se.
-Um, dois, três, quatro... - começou a contar a LOUCURA.

A primeira a esconder-se foi a PRESSA, que como sempre, caiu tropeçando na primeira pedra do caminho. A FÉ subiu ao céu e a INVEJA se escondeu atrás da sombra do TRIUNFO, que, com seu próprio esforço, tinha conseguido subir na copa da árvore mais alta. A GENEROSIDADE quase não consegue esconder-se, pois cada local que encontrava lhe parecia maravilhoso para algum de seus amigos: se era um lago cristalino, ideal para a BELEZA; se era a copa de uma árvore, perfeito para a TIMIDEZ; se era o voo de uma borboleta, o melhor para a VOLÚPIA; se era uma rajada de vento, magnífico para a LIBERDADE, e assim, acabou escondendo-se em um raio de sol.
O EGOÍSMO, ao contrário, encontrou um local muito bom desde o início, ventilado, cômodo, mas apenas para ele. A MENTIRA escondeu-se no fundo do oceano (mentira, na realidade, escondeu-se atrás do arco-íris), e o DESEJO, no centro dos vulcões. O ESQUECIMENTO, não me recordo onde se escondeu, mas isso não é importante. Quando a LOUCURA estava lá pelo 999.999,o AMOR não havia encontrado um local para esconder-se, pois todos já estavam ocupados, até que encontrou um roseiral e,carinhosamente, decidiu esconder-se entre as suas flores.
- Um milhão - terminou a LOUCURA, e começou a busca.

A primeira a aparecer foi a PRESSA, apenas a três passos de uma pedra. Depois, escutou-se a FÉ discutindo com Deus no céu sobre zoologia. Sentiu-se vibrar o DESEJO nos vulcões. Em um descuido encontrou a INVEJA, e, claro, pôde deduzir onde estava o TRIUNFO.EGOÍSMO, não teve nem que procurá-lo. Ele sozinho saiu disparado de seu esconderijo, que na verdade era um ninho de vespas.

De tanto caminhar, a LOUCURA sentiu sede e, ao aproximar-se de um lago, descobriu a BELEZA. A DÚVIDA foi mais fácil ainda, pois a encontrou sentada sobre uma cerca sem se decidir de que lado esconder-se.E assim foi encontrando todos. O TALENTO, entre a erva fresca; a ANGÚSTIA, em uma cova escura; a MENTIRA, atrás do arco-íris (não, mentira, ela estava no fundo do oceano); e até o ESQUECIMENTO, pra quem já havia esquecido que estava brincando de esconde-esconde.
Apenas o AMOR não aparecia em nenhum local. A LOUCURA procurou atrás de cada árvore, embaixo de cada rocha do planeta e em cima das montanhas. Quando estava a ponto de dar-se por vencida, encontrou um roseiral. Pegou uma forquilha e começou a mover os ramos, quando, no mesmo instante, escutou-se um doloroso grito. Os espinhos tinham ferido o AMOR nos olhos.
A LOUCURA não sabia o que fazer para desculpar-se. Chorou, orou, implorou, pediu perdão e até prometeu ser seu guia. Desde então, desde que pela primeira vez se brincou de esconde-esconde na Terra, O AMOR é cego e a LOUCURA sempre o acompanha." 

1 de junho de 2013

É agora. E agora?



A hora de falar é sempre agora. A hora de fazer é sempre agora. Frejat diz que “quer agora e quer pra sempre.” É bem por aí que as coisas andam no meu mundo. Andam depressa e totalmente no seu ritmo. Danço conforme a música e gosto muito do ritmo, estilo, jeito e nome que ela tem. A hora de agir é sempre àquela que só nós sabemos e sabemos como ninguém. Conselhos são super válidos, ainda mais vindos de quem gostamos/confiamos e vice-versa.

A hora de caminhar é agora, é sempre agora. Coisa boa é saber que não sei o que vem ali, o que está na esquina. Bom mesmo é saber que o agora, é só meu. O momento, é todinho meu. Narcisa por um instante, mas é assim que as coisas vem se moldando e confesso: estou adorando.

Acredito que ser Narcisa neste instante da minha vida não é egoísmo, ego cheio, nada disso..é apenas a forma que encontrei de me sentir mais livre, de deixar certas coisas ali..é, ali. Jamais na estante, mas ali em um local que sei que é o agora que está me permitindo deixá-lo lá.