31 de dezembro de 2013

O texto para ele.

Desde que resolvi expor meus 158 pensamentos para o mundo, os temas foram os mais diversos possíveis e entre tantos desabafos, sonhos e até utopias, nunca escrevi um texto com o chamado "endereço certo". Se quero falar para alguém, acredito que fazer pelo mundo virtual não seja a melhor alternativa, mas hoje, resolvi deixar todo e qualquer tipo de julgamento de lado e meu centésimo quinquagésimo nono tem nome e sobrenome.

Certo dia ouvi dizer que "sem cair, o ser humano não levanta". Algo óbvio, porém com um sentido bem definido. Se caímos é porque algo se atravessou em nosso caminho, ou de afobados, não vimos a pedra. Quando isto acontece, a primeira reação seria levantar rapidamente, para ninguém nos ver, mas comigo, foi diferente. Eu caí e nisso, muita coisa veio á tona e ao invés de levantar, sentei...e pensei.

Pensei porque caí. Busquei as respostas mas de imediato não as encontrei. Pensei, chorei, refleti. Fiquei sentada e vi as coisas acontecerem. Vi o mundo girar, o sol nascer, adormecer. Senti a chuva, o vento, o frio, o calor, a solidão, a multidão e mais perguntas insistiam em aparecer. Nesse meio tempo, a resposta foi querendo dar a sua graça, devagar é verdade, mas não importa, ela veio e com ela, também devagar, foi trazendo outras respostas.

É, hoje o meu desabafo vai para ti. Aliás, não posso e nem quero ser injusta, pois me proporcionastes muitos momentos de extrema felicidade, de paixão, de calor e de amor...muito amor. Uma vez bem ensinada a lição, não esquece-se fácil mas no meu caso, fui exceção a regra. 

Cai sem vergonha de ser feliz e olha, venho aqui para agradecer. As lágrimas que insistem em cair agora, juro, são de alegria por ter vivido e sentido tanta coisa. Preciso agradecer as horas em que passei sentada buscando as respostas e quando elas finalmente começaram a aparecer, fui ganhando forças e principalmente coragem para levantar e mudar. Mudar o jogo,o destino, o meu destino. Me colocastes a prova de tantas coisas, de outras pessoas, mas eu não tinha a real dimensão de quem eras e o que querias me ensinar de fato, mesmo tendo me derrubado.

Esse texto tinha que ser para ti que muito mais me ensinou do que decepcionou. Muito mais me retribuiu com carinho e amor do que eu com atitudes,acredito.Muito mais...muito mais. 

A palavra para ti, que acredito que saibas que este texto é para si, é apenas uma: obrigada. Se me libertei de um montão de coisas, se sou uma mulher mais forte, determinada e corajosa, é graças a ti. 

Já que meu texto tem nome e sobrenome, faço questão de compartilhar por aqui: Ano de 2013.

Se me tornei tudo isso, é porque tenho certeza que 2014, que está aqui na minha porta, vai entrar com toda luz e força para ainda mais viver a minha vida com vontade e principalmente, sem medo de ser FELIZ.




Obrigada 2013. Vem 2014, a tua vez de me ensinar muito mais sobre a vida, as pessoas e os sentimentos chegou.

13 de outubro de 2013

Um dia após o outro

O sol nasce, se põe, nasce de novo, põe-se novamente. O mundo nunca pára, gira na sua velocidade, mas não pára, continua, caminha. O sol que acorda e dorme todo santo dia desde que o mundo é mundo só vai parar quando..peraí..parar? Se tem uma coisa que jamais vai parar é isto..o mundo. O meu mundo. O sol vai nascer e adormecer sempre, eu querendo ou não. O meu sol vai nascer com toda força, energia, calor, beleza e imponência digna de um rei. Irá dar lugar a sua rainha, a Lua, enquanto descansa para no outro, voltar com tudo.

Um dia após o outro, muitas coisas se repetem. Algumas rotinas se firmam mas nunca serão as mesmas. Algumas atitudes podem ser as mesmas, mas serão diferentes, sabe por que? Porque cada dia é um passo, um aprendizado, um tempo e por isto, nunca será o mesmo. O sol nasce e põe-se sempre, no mesmo tempo, no mesmo lugar, do mesmo jeito; a cada espiada no céu, ele está lá, mas diferente. Mais experiente, mais quente, mais tímido, mais exibido, mais carente, mais acanhado, mais amoroso, mais carinhoso, mais, mais, mais. A cada dia, um novo olhar sobre o mundo o qual está iluminando, e por consequência, as pessoas que estão recebendo esta luz, todo dia, também mudam..evoluem..crescem..caminham. Algumas até tentam andar, mas travam com medo do que pode estar ali, no outro dia, na outra esquina, na outra página do seu livro. 

O sol que para mim é uma das formas mais 'vivas de vida', me abraça, me aquece, me dá energia para acordar todo novo dia e quando digo novo é exatamente isto: no-vo. A novidade que estará estampada na outra esquina, na outra página do livro. Nos passos do dia podemos cair, nos chatear, ganhar um olhar, um simples e afetuoso sorriso. O sol é a prova de que mesmo depois de um temporal, de nuvens cinzas, carregadas de raios e água, de energia forte, brava, quase quando ficamos com raiva ou mágoa de alguém ou alguma situação, ele volta, aparece entre as nuvens brancas, limpas e leves, brilhando com 'força, energia, calor, beleza e imponência digna de um rei'. 

Não adianta querer apressar as situações, as pessoas, os destinos. Não adianta apressar o sol para ele aparecer. Ele tem o seu tempo para brilhar, seu tempo para descansar e começar tudo de novo. Ele tem, sempre, uma nova chance de começar o dia diferente, com a mesma essência, mas diferente. Um dia após o outro serve para aquilo que foi bagunçado, mexido, contorcido, volte..talvez para o lugar que estava, mas também para um novo, mais confiante, mais certo, mais seguro. Assim como o sol, que por vezes se esconde, sabe-se que ele está ali, nos observando, mesmo que de longe e na hora certa, ele volta e brilha, e enche o meu peito de esperança de que SEMPRE, um dia após o outro é o passo mais certo que damos nesta escola chamada vida.

"Pra começar
Cada coisa em seu lugar
E nada como um dia após o outro."



14 de agosto de 2013

É preciso. Parte II.

Jogar os pensamentos em um teclado pode parecer simples, mas não. É preciso coragem. É preciso ter consciência que estes chegarão a uma, duas, mil pessoas e que umas destas não queríamos que soubesse o que está se passando por aqui, porém, após apertar o 'enter', já era. Digitar até fazer bolha na ponta dos dedos, que a letra se apague, de ficar com dor nas mãos. A vontade é tanta de descrever o que está na mente que os itens acima não tem importância..a dor compensa. (diga-se esta dor, as outras não).

Pensamentos que de tão intensos, sufocam, por vezes me deixam zonza. Dúvidas, perguntas, perguntas sem respostas, outras com resposta feita.O fato da cabeça pensar quase que na velocidade da luz é sinal que o coração está inquieto, mas busca resposta (o quanto antes). Como diria meu conterrâneo Esteban Tavares, "preciso aproveitar o que se passa na minha cabeça", buscando a melhor forma para as coisas acontecerem. Para completar, sou bem meu signo, uma aquariana que quer as coisas para hoje, nunca para o ontem nem para o amanhã. Costumo dizer que passado e futuro não existem, somente o agora. O meu agora é neste instante, bem hoje. O ontem está muito distante e o futuro..quem garante que ele vai chegar? Por isso, não gosto de ficar esperando ver no que vai dar, o hoje é o que - de fato - importa.

Jogar os pensamentos em um teclado pode ser uma forma de eu mesma entender o que estou pensando. Aqui, consigo 'ler meus pensamentos'. Parece redundante, mas não é. Funciona quase como um espelho; consigo sentir o que está me incomodando, o que me deixa sem ar, o que enche minha vida de motivos para cada dia caminhar ainda mais forte.

Jogar os pensamentos em um teclado é uma das provas que sou movida por sentimentos e se estou aqui, é para aprender a lidar com milhões de situações, de pessoas, de palavras, de atitudes. Aprender a conviver com o meu hoje e o hoje dos que fazem da minha vida, um filme com roteiro incerto. Aprender a ser mais corajosa no sentido de não ter medo do que está atrás da cortina do próximo take do meu filme.

Jogar os pensamentos em um teclado requer coragem, mas acima de tudo, algo que só eu sei e que não divido com ninguém. 

12 de julho de 2013

Pequenos gestos.

Sem precisar dizer uma palavra; sem precisar fazer nenhum gesto. Só o olhar, um olhar diz tudo. Tem gente que precisa de palavras, discursos, roteiros prontos para acreditar em alguém. Outras, precisam disso e de provas, não para o mundo, mas para si de que àquela pessoa tem algum tipo de sentimento por ela.

Sem precisar enrolar, embromar, dar a curva, simplesmente olhar. Olhar de carinho, de tesão, de paixão, de algo a mais. O corpo fala, as mãos falam, nossa postura perante quem mexe conosco diz muito, mas o olhar..ah, esse sim..mexe. Sabe por que? Ele não mente. Palavras mentem, bocas mentem, discursos prontos mentem, mas os olhos..na, na. Não é a toa que dizem que eles são a janela da alma (e de fato são).

Citei que o corpo fala e digo aqui que também é uma bela verdade. Estender a mão para alguém; abrir os braços para aconchegar alguém. Quem nunca? Se alguém nunca, não sabe o valor destes gestos que, de novo, são parte de algo chamado cumplicidade. Gesto que pode ser um bilhete por debaixo da porta, outro escondido na carteira. Pode ser um presente que, independente de tamanho e/ou preço, tem um 'valor' inestimável..só o fato de alguém ter lembrado de você em determinada situação é um gesto nobre que engloba tantos sentimentos, mas que o torna uma relíquia.

Estender a mão. Pegar na mão. Abrir os braços, sentir o abraço. Na hora em que o medo aperta, dá-se a mão. Na hora de dizer 'estou aqui', as mãos comprovam pelo toque forte. Para fazer um cafuné, para dar um abano. Para aconchegar o pescoço, para beijar com ternura. O toque suave ou intenso, que diz muito, sem precisar dizer nada.




No último post escrevi sobre o poder de falar. Falar para quem merece ouvir, para quem precisa ouvir. Um desabafo, uma confissão, uma declaração. Ai..como é bom falar..para quem merece ouvir, para quem precisa ouvir. Como é bom o silêncio para quem não merece ouvir a minha fala, para quem não precisa me ouvir. Silêncio que tortura ou acalma, depende do ponto de vista. 

O silêncio de um olhar. O olhar que 'fala' sem precisar de palavras. Palavras que comprovam atitudes. Atitudes como segurar a mão..para nunca mais largar.
  
"Gosto de olhos que sorriem, de gestos que se desculpam, de toques que sabem conversar e de silêncios que se declaram." Machado de Assis

12 de junho de 2013

O filme.

365 dias se passaram e com eles, um filme. Redundância dizer, mas a cada dia criamos um take do nosso filme da vida e estes últimos merecem minha fala, minha escrita, minha demonstração. "Era uma vez" foi um dos textos mais sinceros e emocionantes que compartilhei no meu diário virtual. Digo diário pois em certos momentos, penso que o que escrevo será lido e apreciado apenas por mim, à risca como nos velhos tempos em que ter um 'diário' era o tesouro de qualquer menina. O meu diário virtual tens alguns leitores e confesso que gosto de saber que meus pensamentos, desejos, anseios e semelhantes são compartilhados com algumas pessoas, algumas que conheço; outras que jamais verei, mas que "perdem" alguns minutos de seu dia para ler meus devaneios. 

Nesta segunda-feira todo este filme passou. Congelei algumas cenas, rebobinei outras, as que não gostei, passei rápido e as que marcaram, revi muitas vezes. Há um ano um novo começava e junto, misturaram-se outros 26. Ao rever este filme durante o dia, "senti milhões de sentimentos" e dois em destaque: emoção e orgulho. Este, em especial, por mim, pois conclui muitas etapas em tão pouco tempo. Orgulho por ter "sentido na pele milhões de sentimentos" (dos mais lindos aos mais doloridos) e ter 'segurado a onda'. Achei que ia cair, senti um peso nas costas que achei que não iria resistir. Pois bem, ainda bem que eu 'achei' e bem errado, porque descobri tanta, mas tanta coisa com todos estes que tornaram o meu filme de segunda-feira uma verdadeira 'história de cinema'. Drama, romance, suspense, comédia, todos estes gêneros estiveram no meu filme. 

Ah e ele tem título: 'O mundo gira'. É, ele gira, rodopia, dança. Ele se arruma, se bagunça, se perde, mas no fim, sempre se acha. Uma vez ouvi que para deixarmos a casa arrumada, cheirosa, do nosso jeito, precisávamos virá-la do avesso..colocar as cadeiras em cima da mesa, o sofá fora do lugar, arredar o armário para tirar a poeira que está no canto mais difícil da casa e tudo isso é trabalhoso, tarefa não tão fácil nem prazerosa, mas que no final, quando tudo está no devido lugar, o sentimento de dever cumprido alimenta a alma, porque é nesta hora que nos conhecemos de fato e de direito.

A minha eu sacudi, arredei, comprei alguns móveis, troquei outros, pintei as paredes com cores diferentes, troquei janelas de lugar, fechei portas, mas abri não umas, mas apenas uma nova que me levou para outro lugar e digo: valeu e muito a pena, porque o 'mundo gira'.

O 'Era uma Vez' foi uma explosão de sentimentos; o meu filme também. Segunda outro começou, segunda outro capítulo da minha coletânea teve início. Sentimentos, o que nos move, o que move o mundo. Prova disto é esta parábola. Linda, bela, pura, assim como o dia de hoje que mexe tanto com sentimentos, em especial o último.



"Contam que, uma vez, se reuniram os sentimentos e qualidades dos homens em um lugar da Terra. O ABORRECIMENTO havia reclamado pela terceira vez que não suportava mais ficar à toa e a LOUCURA, como sempre louca, propôs-lhe:
-Vamos brincar de esconde-esconde?
A INTRIGA levantou a sobrancelha intrigada e a CURIOSIDADE, sem poder conter-se, perguntou-lhe:
-Esconde-esconde? Como é isso?
-É um jogo - explicou a LOUCURA - em que eu fecho os olhos e começo a contar de um a um milhão enquanto vocês se escondem. Quando eu tiver terminado de contar, o primeiro de vocês que eu encontrar ocupará meu lugar para continuar o jogo.
O ENTUSIASMO dançou seguido pela EUFORIA... A ALEGRIA deu tantos saltos que acabou convencendo a DÚVIDA e até mesmo a APATIA, que nunca se interessava por nada.
Mas nem todos quiseram participar. A VERDADE preferiu não esconder-se. Para quê, se no final todos a encontravam?
A SOBERBA opinou que era um jogo muito tonto (no fundo o que a incomodava era que a ideia não tivesse sido dela) e a COVARDIA preferiu não arriscar-se.
-Um, dois, três, quatro... - começou a contar a LOUCURA.

A primeira a esconder-se foi a PRESSA, que como sempre, caiu tropeçando na primeira pedra do caminho. A FÉ subiu ao céu e a INVEJA se escondeu atrás da sombra do TRIUNFO, que, com seu próprio esforço, tinha conseguido subir na copa da árvore mais alta. A GENEROSIDADE quase não consegue esconder-se, pois cada local que encontrava lhe parecia maravilhoso para algum de seus amigos: se era um lago cristalino, ideal para a BELEZA; se era a copa de uma árvore, perfeito para a TIMIDEZ; se era o voo de uma borboleta, o melhor para a VOLÚPIA; se era uma rajada de vento, magnífico para a LIBERDADE, e assim, acabou escondendo-se em um raio de sol.
O EGOÍSMO, ao contrário, encontrou um local muito bom desde o início, ventilado, cômodo, mas apenas para ele. A MENTIRA escondeu-se no fundo do oceano (mentira, na realidade, escondeu-se atrás do arco-íris), e o DESEJO, no centro dos vulcões. O ESQUECIMENTO, não me recordo onde se escondeu, mas isso não é importante. Quando a LOUCURA estava lá pelo 999.999,o AMOR não havia encontrado um local para esconder-se, pois todos já estavam ocupados, até que encontrou um roseiral e,carinhosamente, decidiu esconder-se entre as suas flores.
- Um milhão - terminou a LOUCURA, e começou a busca.

A primeira a aparecer foi a PRESSA, apenas a três passos de uma pedra. Depois, escutou-se a FÉ discutindo com Deus no céu sobre zoologia. Sentiu-se vibrar o DESEJO nos vulcões. Em um descuido encontrou a INVEJA, e, claro, pôde deduzir onde estava o TRIUNFO.EGOÍSMO, não teve nem que procurá-lo. Ele sozinho saiu disparado de seu esconderijo, que na verdade era um ninho de vespas.

De tanto caminhar, a LOUCURA sentiu sede e, ao aproximar-se de um lago, descobriu a BELEZA. A DÚVIDA foi mais fácil ainda, pois a encontrou sentada sobre uma cerca sem se decidir de que lado esconder-se.E assim foi encontrando todos. O TALENTO, entre a erva fresca; a ANGÚSTIA, em uma cova escura; a MENTIRA, atrás do arco-íris (não, mentira, ela estava no fundo do oceano); e até o ESQUECIMENTO, pra quem já havia esquecido que estava brincando de esconde-esconde.
Apenas o AMOR não aparecia em nenhum local. A LOUCURA procurou atrás de cada árvore, embaixo de cada rocha do planeta e em cima das montanhas. Quando estava a ponto de dar-se por vencida, encontrou um roseiral. Pegou uma forquilha e começou a mover os ramos, quando, no mesmo instante, escutou-se um doloroso grito. Os espinhos tinham ferido o AMOR nos olhos.
A LOUCURA não sabia o que fazer para desculpar-se. Chorou, orou, implorou, pediu perdão e até prometeu ser seu guia. Desde então, desde que pela primeira vez se brincou de esconde-esconde na Terra, O AMOR é cego e a LOUCURA sempre o acompanha." 

1 de junho de 2013

É agora. E agora?



A hora de falar é sempre agora. A hora de fazer é sempre agora. Frejat diz que “quer agora e quer pra sempre.” É bem por aí que as coisas andam no meu mundo. Andam depressa e totalmente no seu ritmo. Danço conforme a música e gosto muito do ritmo, estilo, jeito e nome que ela tem. A hora de agir é sempre àquela que só nós sabemos e sabemos como ninguém. Conselhos são super válidos, ainda mais vindos de quem gostamos/confiamos e vice-versa.

A hora de caminhar é agora, é sempre agora. Coisa boa é saber que não sei o que vem ali, o que está na esquina. Bom mesmo é saber que o agora, é só meu. O momento, é todinho meu. Narcisa por um instante, mas é assim que as coisas vem se moldando e confesso: estou adorando.

Acredito que ser Narcisa neste instante da minha vida não é egoísmo, ego cheio, nada disso..é apenas a forma que encontrei de me sentir mais livre, de deixar certas coisas ali..é, ali. Jamais na estante, mas ali em um local que sei que é o agora que está me permitindo deixá-lo lá.


23 de março de 2013

Músicas da moda.

 O mundo gira. Modas vão e vem. Pessoas vão e vem. Músicas vão, vem e ficam. Aquilo que é bom fica, como qualquer coisa nesta vida. Músicos vão, vem e ficam. Música é poesia contada em forma de canção, de acordes, de batuques, de dedilhados. Música da moda até tem seu espaço, mas não perdura, assim como pessoas. Pessoas da 'moda' passam, escritos da moda fazem sucesso, mas passam.

Ainda bem que algumas coisas boas ficam. Modas, pessoas, músicas, músicos. A poesia quando é sincera, fica, marca, mexe. Simples e sincero. Rápido e direto. Aos que acreditam, vale a leitura. Aos que não, vale o som. Composição de um mestre da música popular brasileira. É Chico, me rendo ao teu 'dueto'.

Música que virou moda, pelo menos no meu playlist.

"Consta nos astros, nos signos, nos búzios
Eu li num anúncio, eu vi no espelho, tá lá no evangelho, garantem os orixás
Serás o meu amor, serás a minha paz
Consta nos autos, nas bulas, nos dogmas
Eu fiz uma tese, eu li num tratado, está computado nos dados oficiais
Serás o meu amor, serás a minha paz
Mas se a ciência provar o contrário, e se o calendário nos contrariar
Mas se o destino insistir em nos separar

Danem-se os astros, os autos, os signos, os dogmas
Os búzios, as bulas, anúncios, tratados, ciganas, projetos
Profetas, sinopses, espelhos, conselhos
Se dane o evangelho e todos os orixás
Serás o meu amor, serás, amor, a minha paz

Consta na pauta, no Karma, na carne, passou na novela
Está no seguro, pixaram no muro, mandei fazer um cartaz
Serás o meu amor, serás a minha paz
Consta nos mapas, nos lábios, nos lápis
Consta nos Ovnis, no Pravda, na Vodca"

7 de março de 2013

Uma honra.

Todo mundo sabe da minha paixão declarada pela música, seja ela qual estilo for. O que muitos não sabem é que essa influência veio desde cedo e no auge da adolescência em que minha diversão era ficar horas e horas olhando um canal chamado MTV. Por lá desfilavam meus artistas favoritos e outros que buscavam seu 'lugar ao sol'. O mais bacana eram os clipes, divertidos, inovadores e que com a música, tornavam tudo melhor. Um dos que marcou essa fase foi 'Proibida Pra Mim', primeira música dos meninos do Charlie Brown Jr. A cena que mais me vem à mente era o 'cara de cabelo engraçado' espiando pelo buraco na parede a mulher do vizinho. A partir daí, os meninos decolaram.

Como li em vários faces, o CBJ também não era a minha banda predileta, mas não tinha jeito..eles eram A banda, aliás, o Chorão era A banda. Tive oportunidade de assistir 5 shows deles. Três no Planeta Atlântida como parte daquele mar de gente em que ele tinha o maior domínio. Lembro que em um desses momentos, ele pedia para a galera 'tirar a camisa, levantar pro alto e começar a rodar'. A ordem era totalmente atendida e a energia...total.

Os outros dois shows foram especiais: tive o privilégio e honra de chamar os caras ao palco, para divertir uma plateia empolgadíssima e muito apaixonada pela banda, mas muito mais pelo Chorão. Em março do ano passado no Mundo Livre Festival em Pelotas e no mesmo festival, em setembro, desta vez aqui em Santa Maria. Um momento extremamente emocionante para mim e de muita responsabilidade, pois naquela noite meu amigo e colega Fabiano Oliveira, um apaixonado pela banda estava muito feliz porque teria a chance de conhecer seu ídolo de adolescência bem de perto e mais: nós teríamos a responsa de chamá-los ao palco. Naquela noite, momentos antes, o Fabiano recebeu um telefonema e teve que ir embora por motivos maiores. Naquele momento, fiquei ali com a responsabilidade e também com a tristeza por saber que o fã do Chorão não poderia contar de toda sua admiração pela banda e em especial por ele.

Eu, triste pelo Fabiano mas foi por ele e por uma galera enlouquecida que subi ao palco e anunciei o show mais esperado da noite. Uma mulher chamando uma das maiores bandas de rock do Brasil, um dos maiores líderes musicais que este Brasil já viu. Chamei, gritei e ele botou pra quebrar, como sempre.

Tive a responsabilidade de chamar o último show do Charlie Brown Jr. no coração do Rio Grande. Tive a chance de vê-lo tão de perto, de ver a felicidade estampada no rosto dele e de todos os fãs que desde às 14h daquele dia estavam na frente do local para vê-los. O rock perdeu um ídolo. Mesmo não sendo fão de carteirinha, muitas músicas do CBJ fazem parte do 'meu playlist' e a que começou o post, é a que encerra. Que o legado do Chorão não se apague, porque os fãs agradecem tudo o que ele e sua banda fizeram por eles e pela música brasileira.

'Só o amor constrói pontes indestrutíveis". Chorão.

1 de março de 2013

Guarde.

Até pode-se apagar uma frase escrita. Basta pegar a borracha, o corretivo. Até pode-se apagar uma foto do computador, do instagram, do facebook, apenas clique em 'delete'. Pode-se também apagar uma carta, basta rasgá-la. Temos tantas maneiras banais de apagar as coisas, de tirarmos da nossa vida, dos nossos olhos. Assim fiz neste instante. Apaguei alguns posts, algumas fotos, rasguei alguns papéis. Apaguei. Apaguei? É. De certa forma, sim. 

Apagar coisas, tirá-las do nosso alcance é uma forma de nos defendermos de momentos que foram bons, mas que não tem mais espaço no hoje. Se não tem mais peso, importância, qual o motivo de guardá-los? Para quando bater a saudade dar aquela 'espiada'? É, pode ser. É bom fazer isso, muito o fiz mas perdeu a graça. O único lugar que podemos guardar de fato não é expondo em uma rede social, em um pedaço de papel. Você sabe muito bem o local mais seguro para manter tudo isso em 'boas mãos'.

Apague, rasgue, mas guarde..só o que foi bom, porque o resto, não merece nem ser mencionado.



6 de fevereiro de 2013

A hora.

Hoje acordei cedo..dia cinza, meio frio. Cinza na verdade é a cor que resume o clima na cidade que me acolheu há 5 meses. Cidade que é abençoada até no nome e creio que é por isto que a população está mais unida, apesar de todo luto. Cidade que tem Maria, mãe Medianeira como padroeira. Mãe que acolhe, afaga, cuida. Mãe que dá conselhos mas também sabe ouvir. Mãe que jamais desampara, que sabe só no olhar, o que o filho sente. 

Acordei e saí pelas ruas, meio sem rumo, indo em direção ao vento. Uma das melhores maneiras de colocar o coração e a cabeça em equilíbrio é sair assim e deixar que todos os sentimentos venham e mostrem suas reais intenções. Assim eu fiz...aliás, assim faço há algum tempo. Em certas situações, temos a mania de 'empurrar com a barriga' o que queremos, o que achamos certo, justo e verdadeiro. Só que essa atitude nem sempre tem bons resultados. A gente tenta dizer para "aquela voz" que temos o controle da situação, que tudo está certo, mas e aí? Que controle temos se não sabemos para onde ir? 

A hora é de errar para acertar mais tarde. É hora de acertar para depois, lá na frente não errar. Errar é deixar algo para trás. Acertar é pegar outro rumo. Acertar é fazer o que a razão/emoção - juntas - falam. Errar é saber que se fez tudo, achando que seria o certo. Ao caminhar, fui olhando com outros olhos a cidade Santa, a casa de Maria que hoje chora, mas que irá voltar a sorrir. Tantas coisas, tantas situações, tantas perguntas e ainda sem respostas. Olhar certas coisas, ouvir certas coisas, viver certas coisas...assim é a vida, uma surpresa a cada piscar de olhos. A vida que planejo, desenho, projeto e que vai se moldando ao que eu acho certo, justo, verdadeiro.

A hora é de errar para acertar mais tarde. É hora de acertar para depois, ali na frente, não errar (ou pelo menos tentar). Mãe Maria, Medianeira..a minha Santa Maria..olhai por nós (e por mim também).

24 de janeiro de 2013

Eu já...

Sou uma aquariana que veio ao mundo para aprender muita coisa, como todo mundo. Aprender a dividir, a ser gentil, a saber respeitar, ter sentimentos. Aprender que não somos corpo físico, somos alma e se somos alma, temos que entender que todos os outros seres que habitam essa casa chamada Terra também são feitos assim. Uma das coisas que viemos aprender é que ninguém é igual a nós. Ninguém. Somos seres únicos, peça exclusiva, o que deixa tudo ainda melhor porque viemos encontrar aquela parte que falta. Os opostos se atraem? Sim, mas e as partes iguais? Ainda mais. O buscar o que nos falta é se completar, nas horas boas e ruins. Aquilo que nos faz bem, em todos os sentidos. Não adianta buscarmos algo que nos complete apenas em uma parte, senão, o quebra-cabeça nunca estará completo. A parte que nos faz bem pode ser boa, mas sozinha, ela não tem graça. 

Entre tantos aprendizados, um deles é buscar tudo isso em outra alma. Dizem que quando as almas são 'gêmeas', no primeiro olhar elas se reconhecem, se 'reencontram'. Só que a vida, infelizmente, não é essa 'eterna busca' como disse Seu Jorge certa vez...a vida tem que ter outros sentidos, valores, incentivos. A vida tem que ter outro sabor e não podemos ficar reféns dessa constante caça ao tesouro. Crescemos ouvindo a frase 'tudo tem seu tempo, tudo vem na hora certa'. É, até vem mesmo, mas não podemos culpar o tempo por demorar demais ou ser rápido demais. Poderia passar horas falando sobre isso; na internet, textos sobre esse assunto não faltam, mas isto é o que penso e sinto sobre o assunto. Trilho meu caminho, vivendo cada dia bem melhor do que o outro, mesmo com os tropeços. Ah, eles servem para repensarmos, olharmos mais para os lados, para o chão para não cairmos de novo. Se isso acontecer de novo, a gente vai levantar sempre, mesmo que doa.

A frase que abre meu blog é de uma escritora que já me declarei fã não sei quantas vezes. De todos os livros que tenho, de todos os textos que li, esse é - de fato - o mais certo. Como disse John Mayer uma vez, quando ele escuta uma canção que gosta, sente uma ponta de decepção, por não ter conseguido escrever aquelas palavras, colocar na sua guitarra aquelas notas. Assim que me sinto com relação ao texto abaixo, porque tem tanto de mim ali, que não tem como esconder. Ah, e não escondo mesmo. Jogar, não é comigo.


 "Já escondi um amor com medo de perdê-lo, já perdi um amor por escondê-lo.
Já segurei nas mãos de alguém por medo, já tive tanto medo, ao ponto de nem sentir minhas mãos.
Já expulsei pessoas que amava de minha vida, já me arrependi por isso.
Já passei noites chorando até pegar no sono, já fui dormir tão feliz, ao ponto de nem conseguir fechar os olhos.
Já acreditei em amores perfeitos, já descobri que eles não existem.
Já amei pessoas que me decepcionaram, já decepcionei pessoas que me amaram.
Já passei horas na frente do espelho tentando descobrir quem sou, já tive tanta certeza de mim, ao ponto de querer sumir.
Já menti e me arrependi depois, já falei a verdade e também me arrependi.
Já fingi não dar importância às pessoas que amava, para mais tarde chorar quieta em meu canto.
Já sorri chorando lágrimas de tristeza, já chorei de tanto rir.

Já acreditei em pessoas que não valiam a pena, já deixei de acreditar nas que realmente valiam.
Já tive crises de riso quando não podia. Já quebrei pratos, copos e vasos, de raiva.
Já senti muita falta de alguém, mas nunca lhe disse.
Já gritei quando deveria calar, já calei quando deveria gritar.
Muitas vezes deixei de falar o que penso para agradar uns, outras vezes falei o que não pensava para magoar outros.
Já fingi ser o que não sou para agradar uns, já fingi ser o que não sou para desagradar outros.
Já contei piadas e mais piadas sem graça, apenas para ver um amigo feliz. Já inventei histórias com final feliz para dar esperança a quem precisava.
Já sonhei demais, ao ponto de confundir com a realidade...
Já tive medo do escuro, hoje no escuro "me acho, me agacho, fico ali".

Já cai inúmeras vezes achando que não iria me reerguer, já me reergui inúmeras vezes achando que não cairia mais.
Já liguei para quem não queria apenas para não ligar para quem realmente queria.
Já corri atrás de um carro, por ele levar embora, quem eu amava.
Já chamei pela mamãe no meio da noite fugindo de um pesadelo. Mas ela não apareceu e foi um pesadelo maior ainda.
Já chamei pessoas próximas de "amigo" e descobri que não eram...
Algumas pessoas nunca precisei chamar de nada e sempre foram e serão especiais para mim.

Não me deem fórmulas certas, porque eu não espero acertar sempre.
Não me mostre o que esperam de mim, porque vou seguir meu coração!
Não me façam ser o que não sou, não me convidem a ser igual, porque sinceramente sou diferente!
Não sei amar pela metade, não sei viver de mentiras, não sei voar com os pés no chão.

Sou sempre eu mesma, mas com certeza não serei a mesma pra sempre.
Gosto dos venenos mais lentos, das bebidas mais amargas, das drogas mais poderosas, das ideias mais insanas, dos pensamentos mais complexos, dos sentimentos mais fortes.
Tenho um apetite voraz e os delírios mais loucos.
Você pode até me empurrar de um penhasco que vou dizer: - "E daí? Eu adoro voar!"

Clarice Lispector