Sim. O título não está errado. O número oito é igual a um, pelo menos para mim. No dia em que o Brasil venceu a segunda partida na Copa, tive mais uma alegria. Em um programa de tv, vejo uma
reportagem com uma turma de amigos adolescentes que no ano 2000 criaram uma 'cápsula' do tempo. Cada um escreveu uma carta sobre como estariam em 2010. Sonhos, profissões, casamentos, ídolos. Estes e outros itens foram escritos por eles que tinham entre 14 e 15 anos. Tudo foi gravado em vídeo e a matéria mostrou o momento em que - 10 anos depois - se reencontraram para abrir a
tal cápsula. Não contive as lágrimas. Chorei junto. Alías, chorei quase toda matéria, lágrimas de emoção. Me vi ali na tela. Vi sete amigas e eu.
Naquele mesmo ano em que eles fizeram a cápsula, no mesmo programa de tv eu, com 15 anos, assisti outra matéria em que um grupo de amigos enterrou uma caixa no alto de um morro com cartas sobre como seria o ano 2000. Me lembro como aquilo mexeu comigo, pois no dia em que abriram a caixa, uma menina foi representando o pai que havia falecido. Emoção à flor da pele. No outro dia, cheguei no cólégio e fiz a mesma proposta para as minhas sete melhores amigas. Elas toparam na hora.
Em 29 de novembro de 2000, após o último dia de aula, nos reunimos para um almoço na casa de uma delas e lá, fizemos o verdadeiro pacto de amizade. Nossa caixa contém uma carta de cada uma, vários bilhetes trocados em sala de aula, cédulas de dinheiro e fotos, mas principalmente, colocamos nossos desejos mais puros e verdadeiros e nos comprometemos que em 15 anos, iríamos voltar aquele mesmo lugar, para abrí-la. As adolescentes de 15, terão 30 quando isto acontecer.
A cada ano que passa, uma lembra a outra da nossa caixa, do nosso pacto. Brincando, brincando, dez anos se passaram e hoje ao ver a matéria, as lágrimas rolaram pelo simples fato de me sentir feliz em poder ter a certeza de que tenho amigas de verdade, que dividiram tantos momentos bons e que até hoje, dividimos. Cada uma tomou seu rumo. Hoje, 10 anos se foram e todas estão formadas, duas casadas e uma delas, mora do outro lado do mundo.

O que nos une é muito mais do que aquela caixa. O que nos une é uma coisa chamada amor. Amor de amiga para amiga. Amor verdadeiro. Amor que ultrapassa o tempo e a distância. Que daqui há 5 anos, eu na função de repórter, possa mostrar ao mundo, a bela história que as sete amigas e eu desenhamos.
Que venha 29 de novembro de 2015!